Luise Weiss, uma das artistas plásticas mais incríveis que temos por aqui, mostra uma outra faceta, bem mais singela, nas ilustrações do livro infantil Adélia Esquecida . Só que o lance aqui não é nem falar das ilustrações, mas de toda a iniciativa que compõe a produção do livro, que mistura 3 experiências (visual, tátil e olfativa) e, de quebra, é o pioneiro em leitura 100% inclusiva no Brasil.
Idealizado pela escritora Lia Zatz, Adélia Esquecida é o primeiro livro em Braille que pode ser lido por deficientes visuais e crianças sem deficiência ao mesmo tempo. Isso acontece porque o novo processo de impressão em braille não fura o papel, é sobreposto no offset, permitindo dois tipos de leitura concomitantes. Para a parte visual, foram trabalhadas texturas: as roupas desenhadas são impressas em textura de tecido, as paisagens em relevo, e as flores com um brilho sensível ao tato. Tudo para que o deficiente visual possa desfrutar da leitura com o máximo de aproveitamento.
Wanda Gomes, a designer responsável pelo estudo de inclusão, acredita que essa democracia dos meios culturais elimina o isolamento que envolve a vida de crianças deficientes: “É importante salientar que, sem material adequado para uso mútuo, o deficiente visual acaba excluído das atividades em grupo, o que compromete o seu desenvolvimento intelectual, já que este depende da troca de experiências com outras pessoas“. Adélia Esquecida chega às livrarias em outubro e é o segundo da coleção Adélia, fruto da parceria de Wanda Gomes e Lia Zatz.
Fonte/Créditos: IDEA FIXA Por: Julia Bolliger em 13 de outubro de 2011
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